7 ideias em alta para viajar mais e melhor em 2026

  • 25/12/2025
(Foto: Reprodução)
Dados das principais empresas ligadas ao setor de turismo indicam que 2026 será o ano das escapadas tranquilas, itinerários preparados por algoritmos, retiros ultrapersonalizados e da retomada de viagens mais lentas e conscientes Getty Images via BBC Analistas de dados, estudiosos do comportamento humano e agências de viagem vêm compilando seus dados nos últimos meses para avaliar quais serão os próximos rumos do setor de turismo. Aparentemente, a lista de tendências anuais de viagem costuma vir, agora, com termos esquisitos em inglês. Uma dessas tendências recebeu o nome de coolcations (férias para fugir do calor). Ela surgiu há alguns anos e se tornou uma das palavras do ano do Dicionário de inglês Collins. Outra é flashpacking, um termo empregado para designar os mochileiros de luxo. Palavras como estas, quase sempre, refletem a forma como vivemos ou queremos viver. Examinamos o melhor das previsões de viagem do ano, as novas palavras cunhadas e tudo o mais. E estas são as principais tendências no horizonte para 2026. Veja os vídeos que estão em alta no g1 1. Acima de tudo, calma Uma tendência deve dominar o ano que vem: quietcations, ou férias calmas. Este movimento também é chamado de hushpitality (hospitalidade do silêncio). Ele se baseia em oferecer conforto e silêncio, como uma forma de escapar do estresse acumulado da vida moderna. Com a nossa cultura digital de estarmos sempre ligados e um loop infinito de eventos globais chegando até nós em tempo real, não surpreende que muitas pessoas desejem se desconectar. Hector Hughes é um dos fundadores de uma série de cabines de desintoxicação digital chamada Unplugged, no Reino Unido. Ele vem acompanhando esta tendência tomar forma. "Quando começamos a Unplugged, em 2020, praticamente não se ouvia falar em desintoxicação digital e na vida analógica", ele conta. "Agora, mais da metade dos nossos hóspedes menciona o burnout e a fadiga de telas como sua principal motivação para nos procurar." Quietcations (férias calmas) são uma tendência em crescimento, que leva os turistas a buscar viagens restauradoras, concentradas no conforto e no silêncio Getty Images via BBC Esta tendência está se espalhando por toda parte. O Mapa da Quietude do portal Visit Skåne mostra uma rede de lugares avaliados por decibéis no sul da Suécia. Ele permite encontrar paz e sossego naquela região. Já os hóspedes do Skycave Retreats, em Oregon, nos Estados Unidos, permanecem por três dias em cabines na completa escuridão. 2. Usar IA para planejar o roteiro Em 2026, sem dúvida, iremos observar a inteligência artificial (IA) penetrar mais no setor de viagens. Pesquisa do portal de viagens Amadeus indica que cada vez mais turistas empregam a IA generativa para planejar viagens e fazer reservas. E, com portais importantes como Expedia e Booking.com integrando ferramentas como o ChatGPT, está ficando mais fácil fazer os robôs planejarem as férias para nós. Acrescente-se a isso a tradução em tempo real e os check-ins digitais pelo celular e encontramos a tecnologia substituindo silenciosamente grande parte do trabalho administrativo que costumava definir uma viagem. Mas o aumento do uso da IA traz complicações. Especialistas em sustentabilidade alertam que as recomendações do algoritmo podem alimentar o turismo excessivo, conduzindo muitas pessoas para os mesmos destinos. E essas ferramentas também estão por trás de um número cada vez maior de golpes de viagem. Por isso, é preciso ter cuidado ao usar estas funções. Cada vez mais pessoas usam a IA generativa para planejar suas viagens e fazer reservas Getty Images via BBC Para a especialista em tendências culturais e CEO (diretora-executiva) da consultoria de marcas Concept Bureau, Jasmine Bina, a IA generativa está mudando a forma como nossos desejos são expressos, mas não o motivo que nos leva a viajar. "Você pode querer viajar para um resort para se recuperar do burnout", explica ela. "Mas, agora, em vez de simplesmente pesquisar resorts no TikTok, você irá usar o ChatGPT, primeiramente para avaliar qual o seu tipo específico de burnout, quais rituais ou experiências sensoriais ajudam você e qual destino reflete melhor o seu estado interno." 3. Deixar que os outros decidam por você o que fazer Pode ser cansaço de tomar decisões, pura preguiça ou a emoção de deixar outra pessoa fazer as escolhas. O fato é que existe um claro aumento das experiências de viagem em que o hóspede não precisa tomar nenhuma decisão. Nas ilhas Faroé (território autônomo da Dinamarca), as escolhas são eliminadas em nome da sustentabilidade, com uma nova iniciativa que oferece carros que se dirigem sozinhos. E, em outras partes do mundo, a tendência é ajudar a criar férias verdadeiramente relaxantes e renovadoras. Em Mendoza, na Argentina, o Winemaker's House & Spa Suites, de Susana Balboa, lançou uma opção de viagem de mistério, projetada para eliminar o estresse das reservas e criar surpresas selecionadas para os hóspedes. No setor de navegação, os cruzeiros de mistério são cada vez mais populares. Neles, os passageiros embarcam sem conhecer o itinerário. Um relatório de tendências da empresa de relações públicas de viagem Lemongrass indica que estes tipos de escapadas selecionadas por terceiros refletem o aumento da fadiga de tomada de decisões e a sobrecarga cognitiva de tomar microdecisões constantes, em casa e fora dela. LEIA TAMBÉM: Tirar férias para nadar? A mais nova tendência entre os amantes de 'slow travel' 3 dicas de especialistas para organizar uma viagem de última hora 4. Pegar a estrada em vez de aviões O Relatório de Tendências para 2026 da rede de hotéis Hilton indica uma tendência de viagens rodoviárias no ano que vem. Ele destaca que a hashtag #RoadTrip atingiu mais de 5,9 milhões de menções em todo o mundo, indicando que os turistas estão redescobrindo o encanto das viagens por terra. As viagens por terra estão aumentando novamente, com os viajantes buscando liberdade, flexibilidade e baixo custo em suas férias Getty Images via BBC A agência especializada em viagens de carro HunterMoss está reinventando a viagem rodoviária clássica como uma experiência de luxo. Ela combina jantares em restaurantes com estrelas Michelin e paradas para experiências selecionadas. Mas muitos turistas preferem dirigir por uma razão muito diferente: o custo. Na pesquisa do Hilton, 60% dos britânicos afirmaram que pretendem dirigir até o seu destino para economizar. Milena Nikolova é a oficial de comportamento da plataforma BehaviorSMART, especializada em entender como e por que viajamos. Ela considera que o boom das viagens rodoviárias tem um sabor distintamente americano. "A natureza do relacionamento entre as pessoas e os automóveis na América do Norte e na Europa é muito diferente", explica ela. "Eles têm postura diferente em relação a dirigir por prazer." 5. Uma viagem ultrapersonalizada para você Reservar a mesma viagem para todas as pessoas faz parte do passado. O setor de turismo se dirige à hiperindividualidade em larga escala. Surgiram nos últimos anos tours especializados para atender situações e etapas de vida específicas, desde o divórcio e o luto até a menopausa, casamento e interesses de nicho, como férias para praticar esportes específicos e roteiros para apreciadores de insetos. Para Bina, esta mudança reflete a forma como vivenciamos o tempo hoje em dia. "A vida se tornou um loop infinito, com menos rituais e ritos de passagem", ela conta. "Experiências como o divórcio, viagens de luto e retiros de menopausa pretendem criar um bolsão de tempo sagrado, centralizado em alguma emoção intensa. São nossos novos limites." "As pessoas querem atravessar esses períodos e sair renovadas no outro lado", explica Bina. "É uma enorme oportunidade para o setor de turismo de fornecer significado e experiência em um nível totalmente diferente." As cabines sem conexão são cada vez mais populares como forma de recarga em meio à natureza Getty Images via BBC 6. Destinos desconectados "Cada vez mais turistas, especialmente da brigada anti-Instagram, se afastam dos locais superlotados que raramente correspondem à sua imagem online, depurada e excessivamente filtrada", explica o fundador da operadora de turismo Selective Asia, Nick Pulley. Por isso, os destinos desconectados estão em alta. Vem crescendo o interesse por locais como Toledo, na Espanha, Brandemburgo, na Alemanha, e, para os mais aventureiros, o Iraque. No Reino Unido, esta tendência está afastando as pessoas dos principais condados turísticos, como as Cotswolds e a Cornualha, em favor de regiões menos visitadas, como Northumberland, o País de Gales e Somerset, segundo um relatório da Lemongrass. A pesquisa de tendências do Hilton também identificou um aumento das viagens levadas pela curiosidade. Os britânicos em especial buscam explorações e crescimento pessoal, mesmo às custas do trabalho. Existe uma procura cada vez maior pela aventura, seja buscando hospedagens autênticas em casas do Nepal, visitando bolsões menos conhecidos da Itália ou simplesmente qualquer região com menos turistas, mas com forte sentimento local. Os turistas estão evitando locais superlotados, em favor de regiões mais tranquilas e menos visitadas Getty Images via BBC Para Nikolova, esta mudança reflete como as expereiências, agora, funcionam como uma forma de moeda social. "Hoje em dia, com as redes sociais, as experiências são muito mais tangíveis e podem servir de evidência de status por longo tempo, junto a públicos maiores", explica ela. "Parte do status também vem do fato de que a viagem de aventura é percebida como típica de pessoas com currículos de viagem mais ricos e que foram além das experiências típicas de massa." 7. Viagens literárias Alimentada, em parte, pela "#BookTok", as viagens literárias devem continuar crescendo em 2026. E também sua tendência irmã, as viagens inspiradas pelo cinema e pela TV. Hotéis em todo o mundo, mesmo em destinos mais conhecidos pela sua vida noturna, estão explorando esta tendência. Na Espanha, de Ibiza até Madri, os hóspedes podem encontrar nos hotéis desde livros raros e retiros de leitura até bibliotecas ao lado da piscina e estadias temáticas. Vários destinos são indicados para a lista dos best-sellers do ano que vem: no Reino Unido, a Cornualha, onde está sendo filmada a nova série de TV de Harry Potter, e as charnecas de Yorkshire, cenário do próximo filme de Emerald Fennell, O Morro dos Ventos Uivantes; e a Grécia, graças à adaptação de A Odisseia para o cinema, por Christopher Nolan. Bina considera que esta tendência é uma forma moderna de escape. "Em tempos de crises ou mudanças rápidas, nós fugimos para a ficção, como forma de explorar nossos medos e desejos", explica ela. "É por isso que a literatura fantástica teve um pico nos anos 1930 e 1940, quando o mundo estava em guerra. A ficção científica ficou popular nos anos 1960, durante a corrida espacial e a era da contracultura. E a ficção mítica e especulativa está crescendo agora, quando tentamos entender o colapso e o renascimento de velhos sistemas." "A viagem literária é como uma catarse. Ela nos ajuda a mergulhar ainda mais na ficção, física e mentalmente", conclui Jasmine Bina. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel. LEIA TAMBÉM: 5 experiências noturnas extraordinárias pelo mundo Como postar um simples meme pode arruinar sua viagem de férias

FONTE: https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2025/12/25/7-ideias-em-alta-para-viajar-mais-e-melhor-em-2026.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 5

top1
1.

top2
2.

top3
3.

top4
4.

top5
5.

Anunciantes