'Criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos', diz secretário de Polícia Civil sobre corpo decapitado após megaoperação no Rio
30/10/2025
(Foto: Reprodução) Moradores resgatam dezenas de corpos na mata entre Alemão e Penha
O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, disse que vai apurar se foi cometido o crime de vilipêndio nos corpos dos mortos na megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, na última quarta-feira (30).
Segundo o Governo do Rio, a ação terminou com 121 mortos – incluindo quatro policiais. Destes, 58 foram retirados pelas forças de segurança do estado, e o restante foi removido por moradores das comunidades e deixados, enfileirados, em uma praça da Penha.
Ao ser questionado sobre um dos corpos ter aparecido decapitado, Curi respondeu:
“Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça? Os criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos, podem ter feito isso ai (cortado a cabeça) para chamar a atenção da imprensa”, disse Curi, durante entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), realizada após uma reunião entre autoridades de Segurança do Rio e deputados federais.
Victor Santos (terceiro sentado da direita para a esquerda) se reúne com parlamentares no Rio
Henrique Coelho/g1
Curi também foi questionado sobre uma denúncia de que a Defensoria Pública tem sido proibida de entrar no IML para acompanhar a perícia nos corpos. Segundo ele, faltou o órgão designar uma equipe específica e, com isso, vários defensores foram por conta própria tentar acompanhar.
“Não temos nada a esconder. É uma minoria lacradora que quer chamar a atenção (...) O IML não está aberto a visitação", argumentou Curi, citando que o Ministério Público centralizou esse trabalho e tem tido acesso total às perícias.
O secretário de Segurança, Victor Santos, disse que a perícia do Instituto Médico Legal (IML) vai poder determinar se a lesão aconteceu em um corpo vivo ou morto.
Sobre a identificação dos mortos, Santos acredita que a lista deve ser finalizada uma até o fim de semana e que um dos motivos que dificulta a identificação é que "muitos dos mortos são de outros estados".