De acidente a investigação de feminicídio: entenda a cronologia do caso Henay Amorim

  • 19/12/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeo de motorista imóvel ao volante levou polícia a investigar morte em acidente A morte da personal shopper Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, registrada inicialmente como um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna (MG), passou a ser investigada como feminicídio após o avanço das apurações da Polícia Civil. A mudança na linha de investigação ocorreu depois da análise de imagens de câmeras de segurança de um pedágio na rodovia, que levantaram dúvidas sobre a dinâmica do ocorrido no último domingo (14). Veja o vídeo acima. O namorado da vítima, o empresário Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, passou a ser investigado por suspeita de matar Henay e simular o acidente para encobrir o crime. Ele foi preso durante o velório da vítima e está detido no Presídio Floramar, em Divinópolis. O novo advogado de Alison afirmou, na quinta-feira (18), que irá apresentar as teses defensivas no momento processual adequado; leia mais ao fim da reportagem. Veja abaixo, ponto a ponto, a ordem cronológica dos acontecimentos do caso. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste no WhatsApp Antes da viagem: discussão em Belo Horizonte As investigações da Polícia Civil indicam que os acontecimentos que levaram à morte de Henay começaram antes mesmo da viagem. Na noite anterior ao acidente, ela e o namorado estavam em um apartamento em Belo Horizonte, onde participaram de uma festa. Segundo a polícia, houve uma discussão entre o casal no local. No imóvel, foram encontradas marcas de sangue, que passam por perícia. Imagens do prédio também foram recolhidas e ainda serão analisadas para verificar em que condições Henay deixou o apartamento. Início da viagem: trajeto em direção a Divinópolis Na sequência, o casal seguiu de carro em direção a Divinópolis. De acordo com a versão apresentada posteriormente por Alison à Polícia Civil, brigas ocorreram durante o trajeto, já após a passagem por Juatuba e o acesso à MG-050. Segundo esse relato, o veículo chegou a parar duas vezes por causa das discussões. Na primeira parada, ainda conforme a narrativa do investigado, Henay dirigia o carro quando ele a teria jogado contra a coluna do veículo e comprimido o pescoço dela, sem que ela perdesse a consciência. Alison e Henay viviam um relacionamento conturbado e violento, segundo polícia Redes sociais/reprodução Segunda parada: agressões mais graves Na segunda parada, já perto do pedágio, Alison relatou que bateu a cabeça de Henay com mais força contra o interior do carro e realizou compressão no pescoço do lado direito, parando apenas quando ela ficou inconsciente. Alison também confirmou que Henay já não reagia nesse momento, embora tenha negado que ela estivesse morta. Segundo o delegado João Marcos do Amaral Ferreira, responsável pelas investigações, essa informação é relevante porque indica que o empresário tinha consciência da gravidade da situação ainda antes da passagem pelo pedágio. Passagem pelo pedágio: imagens são peça-chave Às 5h56, câmeras de segurança de uma praça de pedágio em Itaúna registraram a passagem do carro do casal. As imagens mostram Henay sentada no banco do motorista, sem qualquer reação, enquanto Alison paga a tarifa e se estica para alcançar o volante, conduzindo o veículo de forma improvisada. Atitude do motorista chama atenção da funcionária O suspeito aparece controlando o volante enquanto a vítima está desacordada no banco do motorista Redes sociais/reprodução A funcionária do pedágio estranhou o comportamento de Alison, que demonstrava nervosismo excessivo, suava muito, falava pouco e aparentava pressa para deixar o local. Além disso, ele pagou a tarifa e saiu sem pegar o troco, atitude considerada incomum. Ao notar que a mulher permanecia imóvel no banco do motorista, a atendente questionou se estava tudo bem. Segundo a polícia, Alison respondeu que a namorada estava passando mal. A funcionária sugeriu que ele parasse o carro para atendimento, mas, apesar de indicar que faria isso, o veículo seguiu viagem. Comunicação interna e acionamento da Polícia Militar Diante da sequência de atitudes consideradas fora do padrão, a funcionária comunicou o caso a um superior. A concessionária acionou a Polícia Militar (PM) e repassou as imagens do pedágio. Um policial militar de plantão analisou o vídeo e percebeu a gravidade da situação. Mesmo sem haver, naquele momento, uma investigação criminal em curso — já que o caso ainda era tratado como acidente de trânsito —, ele decidiu aprofundar a apuração. Acidente na MG-050 Carro invade contramão e motorista morre após batida com micro-ônibus de turismo em curva da MG-050, em Itaúna PMRv/Divulgação Cerca de nove minutos depois de deixar o pedágio, o carro invadiu a contramão em uma curva, no km 90 da MG-050, em Itaúna, e bateu de frente com um micro-ônibus de turismo. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, Henay estava no banco do motorista e Alison no banco do passageiro. A morte da vítima foi constatada no local, e a ocorrência foi inicialmente registrada como acidente de trânsito. Contradições entre o acidente e as lesões Com o avanço das investigações, a Polícia Civil identificou incompatibilidades entre as lesões apresentadas por Henay e a dinâmica da colisão. Exames periciais preliminares apontaram traumatismo craniano compatível com impactos repetidos da cabeça contra o interior do veículo e lesões no pescoço que indicam possível asfixia. Para os investigadores, esses ferimentos não seriam explicados apenas pela batida. Vídeo chega à família e investigação muda de rumo Vídeo revela que motorista estava desacordada antes de sofrer acidente na MG-050 Com as imagens do pedágio em mãos, o policial militar foi até o velório de Henay, em Divinópolis, e mostrou o vídeo ao irmão da vítima. Após assistir às imagens, a família passou a desconfiar da versão de acidente e procurou a Polícia Civil. A partir desse contato, os investigadores passaram a monitorar o comportamento de Alison ainda durante o velório. Prisão e avanço das investigações Diante do conjunto de indícios reunidos, Alison foi preso no velório de Henay. Os celulares da vítima e do investigado foram apreendidos para análise pericial. Com base nos elementos reunidos, a Polícia Civil solicitou nova perícia no corpo da vítima, o que levou ao adiamento do sepultamento. Exames complementares seguem em andamento para esclarecer onde e quando ocorreram as agressões. O caso segue em investigação como possível feminicídio. Declarações sobre confissão e mudança de posicionamento da defesa Após a prisão, o primeiro advogado de Alison, Michael Guilhermino, havia afirmado ao g1 que o cliente confessou o crime. Parte dessa versão, no entanto, já era contestada pelos investigadores, especialmente a alegação de que Henay teria retomado a consciência após a passagem pelo pedágio. Dias depois, Alison trocou de advogado, e a nova defesa passou a adotar outro posicionamento. Em nota enviada ao g1 na quinta-feira (18), o advogado Bruno Corrêa Lemos afirmou que a "suposta confissão atribuída ao investigado não reflete seu posicionamento atual e que as teses defensivas serão apresentadas no momento processual adequado". A defesa também afirmou que os fatos divulgados até agora não encontram respaldo na versão que será apresentada. LEIA MAIS SOBRE O CASO: Carro invade contramão e motorista morre após batida com micro-ônibus em curva da MG-050 Homem é detido no velório da companheira após reviravolta em investigação de acidente em rodovia de MG Entenda como vídeo de motorista imóvel ao volante levou polícia a investigar morte em acidente como feminicídio Empresário confessa à polícia que matou a namorada e simulou acidente em MG Quem era a mulher morta pelo namorado que simulou acidente para esconder o crime em MG Brigas, agressões e asfixia: o que aconteceu dentro do carro antes de acidente que fez polícia investigar feminicídio em MG Funcionária de pedágio foi peça-chave em investigação de feminicídio após acidente forjado em MG, diz Polícia Civil Agressões eram graves e frequentes, diz polícia sobre feminicídio em MG; homem matou namorada e forjou acidente Infográfico mostra o trajeto do carro, o local do acidente na MG-050, em Itaúna, e o pedágio onde câmeras flagraram a vítima inconsciente antes da colisão Arte g1 VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2025/12/19/de-acidente-a-investigacao-de-feminicidio-entenda-a-cronologia-do-caso-henay-amorim.ghtml


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