Enfermeira indiciada por morte de jovem em clínica de estética no Rio se entrega à polícia
15/10/2025
(Foto: Reprodução) A enfermeira Sabrina Rabetin Serri é procurada pela polícia
Reprodução/TV Globo
A enfermeira Sabrina Rabetin Serri, que estava foragida por participação no procedimento estético que terminou com a morte de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, se entregou à polícia nesta quarta-feira (15).
Sabrina se entregou na sede da Delegacia do Consumidor (Decon). Questionada, a polícia afirmou que o mandado de prisão contra Sabrina foi cumprido.
Sabrina atuava com o médico José Emílio de Brito, preso por ter realizado o procedimento que levou à morte da jovem. Na terça, a polícia foi até dois endereços de Sabrina, mas ela não foi encontrada.
Após saber do mandado de prisão contra Sabrina, a atendente de locadora de carros Lea Carolina Menezes Antunes, irmã de Marilha, afirmou que, apesar da dor ser imensa, ver a Justiça sendo feita traz força para a família e que a irmã não será esquecida.
“É um alívio em saber que não só o médico, mas a enfermeira Sabrina serão responsabilizados. Sabrina era o braço direito do médico e quando eu abri a porta do centro cirúrgico e vi o doutor Emílio reanimado minha irmã, a Sabrina me disse para sair dali e que se a minha irmã morresse a culpa seria minha”.
No início de outubro, a Delegacia do Consumidor (Decon) indiciou Sabrina por homicídio e exercício ilegal da medicina. A profissional foi levada para a Decon para prestar depoimento no dia 1º de outubro.
Agentes da especializada cumpriram 8 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a outras pessoas envolvidas no caso — como a secretária e captadoras de clientes da clínica. Sabrina teve um celular e um notebook apreendidos.
Juntamente com José Emílio, Sabrina já foi investigada outras vezes por lesão corporal grave durante procedimentos estéticos, em casos registrados em 2021 e em 2025, logo após a morte de Marilha.
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Relembre o caso
Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, morreu durante um procedimento estético
Reprodução
Marilha morreu no dia 8 de setembro no hospital-dia Amacor, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil do RJ, Marilha foi vítima de erro médico.
O médico José Emílio de Brito, que conduziu a hidrolipo em Marilha, está preso desde o dia 15. De acordo com a polícia, ele responde por homicídio e falsidade ideológica.
Segundo o delegado Wellington Vieira, Sabrina “praticou atos privativos de médicos”.
“Segundo várias pacientes que vieram aqui depor, Sabrina realiza o anestésico da cirurgia. Isso é privativo do médico-cirurgião. Então a gente tem convicção que ela errou, e com certeza isso contribuiu para a morte da Marilha naquela cirurgia”, explicou.
Polícia cumpre mandados contra suspeitos de morte de jovem em procedimento
Ainda de acordo com Wellington Vieira, “existe uma rede clandestina para captação de pacientes”.
“Essas pacientes são iludidas, são induzidas a erro. São feitas promessas que não são cumpridas. As pessoas acham que estão seguras e chegam no dia da cirurgia sem ao menos ter uma consulta prévia com o médico, e aí são submetidas [ao procedimento] e se arriscam muito”, detalhou.
Polícia faz buscas em endereço de investigado por morte de Marilha Menezes Antunes
Divulgação/PCERJ
Um perito que prestou depoimento à Decon afirmou que a necropsia constatou 7 perfurações no corpo da vítima, com ao menos 2 lesões penetrantes que atingiram a cavidade abdominal e provocaram hemorragia interna.
Um laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou perfuração no rim e hemorragia interna como causa da morte. Em registros feitos no dia da ocorrência, o médico havia atribuído o óbito a uma broncoaspiração seguida de parada cardiorrespiratória.
O que dizem os citados
A clínica informou na ocasião, em nota, que atua como hospital-dia, alugando o centro cirúrgico para equipes terceirizadas, que seriam responsáveis pelos insumos e pela condução dos procedimentos. A direção afirmou lamentar a morte, colaborar com as autoridades e manter a infraestrutura exigida para emergências.
A família da vítima contesta. “Foram 90 minutos tentando reanimar a minha irmã”, disse Léa Caroline Menezes, irmã de Marilha, ao relatar demora no acionamento do socorro e falta de recursos no local.
Marilha Menezes Antunes era técnica de segurança do trabalho em uma companhia aérea
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