'Minha felicidade foi embora', diz mãe de estagiário da Defensoria morto após acidente em Palmas
18/09/2025
(Foto: Reprodução) Lucas Agripino da Silva Alves, de 22 anos, ao lado da mãe
Arquivo Pessoal/Rosicléia Agripino
Estudante dedicado, trabalhador e que deixava boas amizades por onde passava. É assim que Rosicléia Agripino da Silva Costa, de 41 anos, descreve o filho Lucas, que morreu aos 22 anos. O jovem trabalhava com transporte de passageiros por aplicativo e morreu no hospital após a moto dele bater de frente com um carro na Avenida NS-04, em Palmas.
"A minha felicidade, a minha força de lutar, foi embora junto com o caixão. Eu não tenho por quem lutar mais, tudo que eu fazia era pensando nele", lamentou Rosicléia.
De acordo com a mãe, Lucas estava trabalhando no momento do acidente, que aconteceu na noite de domingo (14) na quadra 504 Sul. A passageira Julcimeire de Oliveira Lima Almeida, de 42 anos, morreu no local e o motorista do carro, de 34 anos, sofreu ferimentos leves.
Após o acidente, o motorista foi levado para a Delegacia de Polícia Civil para prestar depoimento. Ele não teve a identidade divulgada e o g1 não conseguiu contato com a defesa.
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Lucas estava no último ano da faculdade de Direito e sonhava em atuar na área de direito da família. Durante o dia, ele fazia estágio na Defensoria Pública do Estado (DPE) e à tarde trabalhava como motorista de aplicativo. “Ele tinha prazer em trabalhar”, contou Rosicléia.
A dor da perda do único filho também trouxe a aproximação com a família da outra vítima. Rosicléia conta que esteve na casa da família de Julcimeire para buscar os pertences de Lucas, recolhidos após o acidente.
"Está todo mundo abalado, porque ela [Julcimeire] tinha acabado de sair do trabalho. Lucas tinha acabado de buscá-la na porta do trabalho. Era 1,5 km de distância do trabalho dela para casa. Ela faleceu na hora [da batida], foi muito implacável", relatou.
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Investigação
Conforme consta no boletim de ocorrência, o motorista do carro permaneceu no local após o acidente. Ele não apresentava sinais de embriaguez e foi submetido ao teste do etilômetro, que não identificou onsumo de álcool.
O condutor alegou em depoimento que Lucas dirigia na contramão e precisou invadir a pista contrária para tentar desviar da moto. Segundo o relato dele, a moto em que as vítimas estavam tentou retornar para a pista correta ao perceber a aproximação e, por isso, ocorreu a batida de frente.
Rosicléia contesta a versão do motorista e afirma que está recebendo orientação da Defensoria Pública para acompanhar o caso.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a versão do motorista será apurada por meio dos laudos periciais e outras diligências policiais. A Polícia Civil está investigando as circunstâncias do acidente através da Delegacia de Repressão a Crimes de Trânsito (DRCT).
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